São Paulo, 7 de Abril de 2009 - A Sony DADC, empresa do grupo japonês Sony fabricante e distribuidora de CDs e DVDs, inicia a produção de discos de jogos para a plataforma PlayStation no País. Com isso o Brasil se torna o quarto país no mundo a produzir discos para o videogame. Japão, Estados Unidos e Austria até agora forneciam os jogos do PlayStation para todo o mundo. A estratégia deve garantir ao mercado preços mais acessíveis e à empresa maior rentabilidade diante da crescente concorrência em CDs e DVDs, explicou o diretor-geral da Sony DADC no Brasil, Jorge Magalhães. "Temos de procurar opções", disse.
De acordo com o executivo, a nacionalização dos jogos foi possível depois de dois anos e meio de negociação, que levaram a um acordo firmado recentemente com a Sony Computer Entertainment, que produz, distribui e comercializa o console e os sistemas computacionais do PlayStation. A empresa precisa homologar e certificar uma fábrica para permitir a fabricação do console ou dos jogos. A unidade da empresa em Manaus a partir de agora passará a fabricar os softwares de PlayStation 2 (PS2) no Brasil. A Sony DADC Brasil também deverá finalizar a produção dos discos do PlayStation 3 (PS3), que são atualmente produzidos nos Estados Unidos e na Austria.
Agora a filial brasileira está negociando com as desenvolvedoras dos jogos parcerias para a produção e distribuição dos discos. A Warner Home Entertainment foi a primeira a acertar a parceria. Já foram lançados pela Warner os jogos Speed Racer, para o PS2 e Lego Batman (PS2 e PS3). No segundo trimestre deste ano serão lançados mais sete jogos, como Tomb Raider: Underworld (PS2), Wanted (PS3), e Batman Arkham Asylum (PS3). No segundo semestre, os planos são para mais 15 jogos da Warner.
Magalhães afirmou que já está em negociações com diversas desenvolvedoras - também chamadas de publishers - como a franco-canadense Ubisoft, a japonesa Konami Digital Entertainment e a mexicana THQ. A expectativa do executivo é que algumas parcerias sejam fechadas dentro dos próximos meses. "Em julho as empresas já precisam começar a trabalhar com o varejo para o dia das crianças, que é uma data importante para a venda de jogos", disse. A expectativa da Sony DADC, que investiu aproximadamente US$ 1 milhão no início da produção dos discos de PlayStation, é fabricar este ano pelo menos 500 mil unidades. "Para o ano que vem este número pode quadruplicar, vai depender das parcerias que conseguirmos fechar ao longo do ano."
De acordo com Magalhães, comparado com os jogos importados, os disco produzidos localmente custam entre 25% e 30% mais barato. "O preço ao consumidor vai depender da estratégia de cada publisher, mas os jogos de catálogo provavelmente devem ficar com preços melhores", afirmou. "Assim, populariza um pouco e, quem sabe, tira um pouco da pirataria, que hoje responde por cerca de 85% do mercado."
Mercado de R$ 87 milhões
Segundo levantamento da Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos (Abragames), em 2008, o mercado brasileiro movimentou cerca de R$ 87,5 milhões. No entanto, o País responde por apenas 0,16% da indústria mundial de jogos eletrônicos. Enquanto o segmento de hardware, com os consoles e aparelhos portáteis, teve um crescimento de 8%, o segmento de software, dos jogos, cresceu 31%.
O mercado mundial de jogos eletrônicos atingiu receita de US$ 9,5 bilhões em 2007, o que representa um aumento de 27% em comparação a 2006, segundo dados do NPD Group e divulgados pela Entertainment Software Association (ESA). De acordo com a pesquisa, o maior faturamento do mercado veio dos jogos para consoles, com US$ 6,6 bilhões provenientes de 153,9 milhões de títulos. Os jogos portáteis ficaram em segundo, com 77,5 milhões de títulos que geraram uma receita de US$ 2 bilhões, enquanto o mercado de jogos para computador somou US$ 910,7 milhões.
Há uma disputa acirrada no mercado de jogos eletrônicos, especialmente entre o PlayStation e o Wii, da Nintendo. Segundo as agências internacionais, em março as vendas de PlayStation 3 superaram as do Wii no Japão pela primeira vez em 16 meses.
Vendas de CDs e DVDs
Os discos para o PS 2 serão produzidos no País na mesma linha que fabrica DVDs, uma vez que até o final do ano a empresa iniciará a produção de sua terceira linha, num investimento de aproximadamente US$ 400 mil. No ano passado, as vendas de DVDs cresceram 36%, para um volume próximo de 6 milhões de unidades. Já as vendas de CDs, o que inclui discos de música e CD-Rom, cresceu 13%, para cerca de 19 milhões de unidades. "Procuramos oferecer especialmente para pequenas e médias empresas um pacote completo de serviços, que vai da autoração à distribuição", disse.
Mas faz parte da estratégia da empresa reduzir os preços e apertar as margens para ganhar mercado. Por isso, o faturamento cresceu apenas 5%m abaixo do aumento do volume de vendas. (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 1)(Luciana Collet)
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