BlogBlogs.Com.Br

i9 Pesquisa

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O empresário mais verde do mundo



Por que o americano Ray Anderson garante que a Interface, fabricante de carpetes, será a primeira empresa 100% sustentável

Em 1994, o americano Ray Anderson anunciou a intenção de transformar sua empresa, a fabricante de carpetes Interface Inc., em uma companhia totalmente verde. A decisão foi criticada pelos seus próprios executivos, que temiam pelo futuro do negócio. Àquela altura, produtos verdes eram vistos como pouco eficientes e extremamente caros. Os ambientalistas torceram o nariz, pois consideravam a iniciativa como uma mera jogada de marketing. Na semana passada, durante o lançamento do livro Confessions of a radical industrialist (ainda sem data para ser publicado no Brasil), Anderson fez um balanço positivo da trajetória verde da interface. "Nosso plano está se mostrando não apenas viável como também vitorioso do ponto de vista empresarial", disse ele à DINHEIRO. Os números confirmam isso. Nos últimos 15 anos, a Interface não apenas cresceu, assumindo a liderança global do segmento de carpetes para clientes corporativos, como também gerou resultados financeiros consistentes. As mudanças no processo produtivo e a pesquisa de materiais sus-tentáveis renderam, desde 1996, uma economia de US$ 400 milhões, montante reinvestido na empresa. Anderson é mais ambicioso. Sua meta é converter, até 2020, a interface na única corporação do planeta com geração zero de resíduos. Com isso, a empresa seria 100% sustentável, desde a aquisição da matéria-prima, passando pelo processo industrial, até a entrega dos produtos.

Desde que decidiu se tornar verde, a lucratividade da interface dobrou. Conseguiu isso sem apelar para reajustes de preços. Como seus processos industriais se tornaram mais econômicos, ele reduziu sensivelmente suas despesas. "Atuo em uma área competitiva em que o custo é um fator importante para ganhar ou perder um contrato", destaca Anderson. O empresário reconhece que o aumento da consciência ecológica ajudou no desempenho da interface. "Os clientes valorizam nossos produtos porque eles agregam valor à reputação de seus empreendimentos."

Para tornar sua empresa verdadeiramente verde - e não ficar apenas no discurso -, Anderson recrutou executivos especializados na questão ambiental, devorou livros sobre o tema e investiu em pesquisa. Algumas medidas simples se revelaram acertadas (leia quadro). Para reduzir a emissão de dióxido de carbono (co2), a Interface passou a gerar parte da energia consumida com a compra de gás proveniente da decomposição de lixo em aterros. Também criou programas de recolhimento de carpetes descartados e passou a usá-los como insumo. Os resultados positivos alcançados pela Interface fizeram com que Anderson deixasse de ser visto como um sujeito excêntrico. Passou, sobretudo, a ser respeitado como um homem de negócios de sucesso.


Por Roselino Gomes Ferreira da IstoÉ Dinheiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O que você deseja ver no i9 Marketing?

 
BlogBlogs.Com.Br Azureus